Quase 20% dos professores da rede básica de ensino do Estado de
São Paulo sofrem de depressão. O dado foi revelado pelo levantamento A
Saúde do Professor na Rede Estadual de Ensino, feito pela Apeoesp
(Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) em
parceria com o Dieese.
Segundo o levantamento, divulgada com exclusividade para o R7, entre
as pessoas que sofrem depressão, 57% acaba se afastando as aulas.
A pesquisa mostra que, além da depressão, os transtornos de
ansiedade, também interferem na probabilidade de afastamento do
professor. O estudo com 2.500 professores da rede revelou que 23% deles
sofrem de ansiedade ou síndrome do pânico.
Segundo a presidente do sindicato, Maria Izabel Noronha Azevedo, o
dado pode impulsionar políticas mais efetivas para tratar e prevenir a
depressão entre professores.
— A vida do professor não morre na sala de aula, por isso, temos uma
luta grande para implementar a jornada do piso salarial, que deve
garantir tempo para que o professor possa preparar suas aulas e receber
por isso.
Afastamento por doenças
De acordo com a pesquisa, apesar dos altos índices de doenças
psicológicas, os problemas físicos são os que mais causam o afastamento.
Segundo a secretaria de gestão pública do Estado, 3.817 professores
efetivos estão afastados.
A hipertensão arterial atinge 30% dos professores. Em 2011, 37,6% dos
professores que tiverem diabetes e 42% dos que tiveram asma, bronquite e
outros problemas respiratórios foram afastados.
Para Maria Izabel, o governo precisa montar um grupo para trabalhar
diretamente nas escolas e descobrir o motivo do adoecimento psicológico.
— O governo precisa definir o que quer da educação, de fato, e não
procurar culpados. Quando eles fazem isso, quem fica doente somos nós.
Nós somamos todas as profissões, não tem cabimento ficarmos largados,
sem um olhar humano sobre nossos problemas.
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