O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quinta-feira,
9, que a velocidade tecnológica é muito maior do que a capacidade que a
escola tem de processá-la. Apesar disso, segundo ele, a escola não pode
ficar à margem da evolução tecnológica.
Na semana passada, o ministro anunciou que o Ministério da Educação
vai investir, este ano, cerca de R$ 150 milhões na compra de 600 mil
tablets para uso dos professores do ensino médio de escolas públicas
federais, estaduais e municipais. A tecnologia, afirmou, vai ser tão
mais eficiente quanto maiores forem os cuidados pedagógicos e quanto
maior for o envolvimento dos professores no processo.
“Estamos definindo que, na educação, a inclusão digital começa pelo
professor”, disse Mercadante. Para isso, o MEC já formou mais de 300 mil
professores em tecnologias da comunicação e informação, em cursos de
360 horas. Além disso, o serviço de internet banda larga foi instalado
em 52 mil escolas públicas urbanas.
Com a entrega de novas tecnologias da informação, professores e
escolas públicas terão acesso, por meio dos tablets, a conteúdos
educacionais colocados à disposição no Portal do Professor.
São aproximadamente 15 mil aulas, criadas por educadores e aprovadas
por um comitê editorial do MEC. Além disso, o ministério oferece o Banco de Objetos Educacionais e o Domínio Público, que entre outras obras dispõe da coleção Educadores. Na Fundação Lemann,
são traduzidas aulas de matemática, física, biologia e química
elaboradas pelo professor norte-americano Salman Khan, responsável por
desenvolver material pedagógico com abordagens inovadoras.
Para o ministro, o mundo evolui em direção a uma sociedade do
conhecimento, e a escola tem de acompanhar esse processo. “É muito
importante que a gente construa uma estratégia sólida para que a escola
possa formar e preparar essa nova geração para o uso de tecnologias da
informação”, disse.
Interativo – O MEC também ampliará a distribuição do
computador interativo, equipamento que reúne projetor, microfone, DVD,
lousa e acesso à internet. Unidades desse computador já foram
distribuídas nas escolas de ensino médio. No segundo semestre, chegarão
os tablets, em modelos de sete ou dez polegadas, coloridos, com bateria
para até seis horas, peso abaixo de 700 gramas, tela multitoque, câmera e
microfone para trabalho multimídia, saída de vídeo e conteúdo
pré-instalado, entre outras características.
Aos computadores serão integradas as lousas eletrônicas, compostas de
caneta e receptor. Acopladas ao computador interativo, elas permitirão
ao professor trabalhar o conteúdo disponível em uma parede ou quadro
rígido, sem a necessidade de manuseio do teclado ou do computador.
Projeto-piloto – A entrega dos equipamentos digitais
a professores e escolas integra o projeto Educação Digital – Política
para Computadores Interativos e Tablets. Ele surgiu para oferecer
instrumentos e formação aos professores e gestores das escolas públicas
relativos ao uso intensivo das tecnologias de informação e comunicação
(TICs) no processo de ensino e aprendizagem.
Entre 2008 e 2011, o MEC criou o projeto-piloto Um Computador por
Aluno (UCA), com a aquisição de computadores portáteis para estudantes
da rede pública. Essa compra fez parte do Programa Nacional de
Informática na Educação (ProInfo Integrado), integrante da política
nacional de tecnologia educacional do MEC, destinado a promover o uso
pedagógico da informática na rede pública de ensino fundamental e médio,
com a oferta de infraestrutura, capacitação e conteúdos educacionais.
Em 2008, em fase experimental, o projeto foi implementado em São
Paulo, Porto Alegre, Brasília, Piraí (RJ) e Palmas. Em uma segunda fase,
foram adquiridos 150 mil computadores para estudantes de 380 escolas da
rede pública. A infraestrutura de acesso à internet sem fio foi
instalada à medida que os computadores eram entregues. Posteriormente,
professores receberam capacitação para uso do equipamento e da
tecnologia no processo pedagógico escolar. Os municípios e estados
ficaram responsáveis por dar continuidade ao projeto.
Em 2010, numa terceira etapa, o projeto–piloto evoluiu para o
Programa Um Computador por Aluno (Prouca), com apoio do Regime Especial
de Aquisição de Computadores para Uso Educacional (Recompe).
A partir de então, estados e municípios puderam adquirir os
equipamentos portáteis de empresa selecionada por edital. Ao todo, foram
comprados 375 mil computadores por 372 municípios. A avaliação de
equipes de pesquisadores de 27 instituições de ensino superior norteará a
continuidade do programa.
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