Um pregador ensinava, no culto de
fim de ano, que devemos começar o ano novo perdoando unilateralmente os
nossos desafetos. Um jeito de ficar em paz com nosso espírito e começar
vida nova em direção a Deus.
Aceitei de pronto e comecei a fazer a minha lista de perdoados. Ela é
muito pequena, podem crer. Não enche uma lauda. Não costumo odiar por
mais de meia hora. A raiva, por maior que seja, acaba com o primeiro
sorriso que me dirija o inimigo.
Grande mesmo foi a lista dos que ofendi. Esta enche um dicionário do Aurélio, se for escrita em letra miúda.
E aí surgiu minha dúvida: perdoar os que me ofenderam eu posso, mas
de que jeito obrigarei aos ofendidos a proceder da mesma maneira? Seria
até mesmo uma demonstração de arrogância, querer empurrar goela abaixo
das pessoas a decisão unilateral que adotei da perdoar, me imitando.
Não. De jeito nenhum. Não vou cobrar imitações. Quando muito serei
humilde para pedir desculpas pelos meus pecados. E o faço agora.
Notadamente quando o alvo do meu pedido são aqueles que um dia
desfrutaram da minha amizade e que, por uma infelicidade de
comportamento, os expulsei desse convívio, os detratei, os ofendi.
Confesso que sinto saudades e acho que fui burro por perde-los.
Não vou citar nomes, mesmo porque, como disse no começo, a lista é grande. Mas eles sabem. Quem sofre jamais esquece.
Que tenham todos um feliz ano novo e continuem iluminados por Deus, o maior Pai do mundo.
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