Os professores que usam o Twitter estão agendando
para a partir das 15 horas, do próximo dia 15 de outubro, quando é
comemorado em todo o Território Nacional o Dia dos Professores, um
tuitaço para chamar a atenção da sociedade em geral para as condições
de trabalho dos professores brasileiros.
Uma das principais reinvidicações dos professores de ensino básico das
escolas públicas brasileiras é o pagamento do piso nacional, que embora
tenha sido considerado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal
(veja
aqui),
ainda não é cumprido em muitos Estados e Municípios. O piso salarial
atualmente é de R$ 1.187,00 (hum mil cento e oitenta e sete reais) para
40 horas semanais e vale para todos os professores que atuem da
educação infantil ao ensino médio.
Por maioria de votos, os ministros do Supremo Tribunal Federal
entenderam que a União tem competência para dispor sobre normas gerais
relativas ao piso de vencimentos dos professores da educação básica,
como forma de utilizá-lo como mecanismo de fomento ao sistema
educacional e de valorização profissional, e não apenas como instrumento
de proteção mínima ao trabalhador. Na decisão, são considerados
constitucionais os dispositivos da
Lei no 11.738/2008, que fixam o piso salarial com base no vencimento, e não na remuneração global dos professores.
A Lei n
o 11.738/2008, ao instituir o piso salarial
profissional nacional para os profissionais do magistério público da
educação básica, nada mais fez do que regulamentar a alínea e, do inciso III, do caput do art. 60, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal do Brasil de 1988.
Para adequar os salários dos professores à Lei do Piso, o Governo do
Estado da Paraíba retirou todas as gratificações dos professores,
conquistadas em anos de luta pelos sindicatos de educação, deixando o
salário base como determinado pelo Supremo Tribunal Federal, mais uma
bolsa no valor de R$ 230,00 (duzentos e trinta reais), para equiparar
temporariamente os pagamentos.
Como tática para obrigar os governadores a implantarem o piso salarial
profissional nacional para os profissionais do magistério público da
educação básica, em 2011 professores da rede pública de vários Estados
brasileiros interromperam suas atividades (Acre, Ceará, Espírito Santo,
Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco,
Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Tocantins). Nos Estados onde foi decidido pela defragação de
greve, as respectivas justiças estaduais, embora entendendo os
magistrados que o movimento é fundamental, consideraram as greves
abusivas, provocando, na maioria dos casos, o retorno das atividades
educacionais.
Foi nessa época das greves que professores de Santa Catarina e do Rio de Janeiro começaram a disseminar no Twitter as
hashtags #PPT, para indicar o Partido dos Professores Tuiteiros, que nada tem a ver com partido político, e a #SOSEducação,
para chamar a atenção da mídia em geral que os professores estavam em
articulação e era necessário ampla divulgação. Hoje, essas hashtags ainda são utilizadas como referência para o trato de assuntos relacionados à educação, conjuntamente com a #Professores.
Outro ponto importante que está relacionado à melhoria das condições de
trabalho dos professores de ensino básico das escolas públicas
brasileiras é a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), que
determina a ampliação progressiva do investimento público em educação
até atingir o mínimo de 7% do produto interno bruto (PIB) do país, com
revisão desse percentual em 2015.
O projeto de lei que cria o Plano Nacional de Educação (PNE) para
vigorar de 2011 a 2020, foi enviado pelo governo federal ao Congresso em
15 de dezembro de 2010, onde ainda está sendo discutido. O novo PNE
apresenta dez diretrizes objetivas e 20 metas, seguidas das estratégias
específicas de concretização. O texto prevê formas de a sociedade
monitorar e cobrar cada uma das conquistas previstas. As metas seguem o
modelo de visão sistêmica da educação estabelecido em 2007 com a
criação do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Tanto as metas
quanto as estratégias premiam iniciativas para todos os níveis,
modalidades e etapas educacionais. Além disso, há estratégias
específicas para a inclusão de minorias, como alunos portadores de
deficiência, indígenas, quilombolas, estudantes do campo e alunos em
regime de liberdade assistida.
Com a aprovação do PNE, inclusive aumentando a destinação de até o
mínimo de 10% do PIB do país nos gastos com a educação, os professores
esperam que as escolas sejam melhores equipadas, permitindo que sejam
dadas maiores oportunidades para que a transmissão dos conhecimentos
seja mais efetiva.
Assim, os professores estão convidados para participar do tuitaço, no próximo sábado, dia 15 de outubro, a partir das 15 horas,
Dia dos Professores, usando as hashtags #PPT, #SOSEducação e #Professores, para chamar a atenção da sociedade em geral para as condições de trabalho dos professores brasileiros.
Fonte: ronilsonpaz.blogspot.com
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