É alto o número de professores que acabam tendo problemas de saúde por conta das pressões no trabalho
Uma parcela significativa dos docentes brasileiros tem diária de
trabalho extensa e dividida entre duas escolas. Dados do Ministério da
Educação mostram que, em 2009, 40% dos professores da Educação Básica no
país atuavam em mais de um turno, sendo quase 33% em dois e os outros
7%, em três períodos. Segundo as estatísticas, 18% dos docentes
lecionavam em duas escolas e 3% em três estabelecimentos.
Pesquisa realizada em 2007 pelo Ibope Inteligência para a Fundação
Victor Civita apontou que 51% dos professores dobram a jornada e que 19%
deles dão aulas em até três períodos. O estudo também mostrou que os
professores gastam, em média, 59 horas por semana em atividades
relacionadas ao trabalho.
Deste total, praticamente 50% correspondem a horas em sala de aula. E
que, diariamente, cerca de 3 horas são gastas para ir de casa à escola
ou em deslocamentos entre escolas onde lecionam.
Os números do MEC apresentam resultados muito diferentes do estudo. O
que se pode considerar é que os dados oficiais não incluem professores
de turmas de atividade complementar e que os docentes são contados uma
única vez em cada unidade da Federação, porém eles podem efetivamente
trabalhar em mais de uma rede.
Pode-se considerar que quem dá aulas em duas cidades não entra na
conta de duas escolas ou dupla jornada. E não é difícil encontrar
professores pessoas nesta situação.
Mesmo que 40% da categoria faça dupla jornada, como apontam os dados
oficiais, o número é significativo, quando se tem o excesso de trabalho
como fator que prejudica a qualidade do ensino e a satisfação pessoal e
profissional.
Como a educação no Brasil não é de período integral, salvo exceções,
os professores acabam tendo dois empregos para complementar a renda.
O número excessivo de horas de trabalho acarreta estresse e problemas
psicossociais. Quando o trabalho preenche o dia inteiro, a pessoa pode
ter conflitos familiares, cobrança de atenção pelo cônjuge e filhos. É
alto o número de professores que acabam tendo problemas de saúde e
necessitando de licença médica, por conta das pressões no trabalho.
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